Pensamentos Homicidas – O que são, sinais e como tratar

Pensamentos Homicidas – O que são, sinais e como tratar Foto: Freepik
Pensamentos Homicidas – O que são, sinais e como tratar Foto: Freepik

Não é um tema muito falado, mas pensamentos homicidas são algo que muitas pessoas vivenciam silenciosamente. Nesse sentido, quando surgem há um enorme desconforto e sensação muito ruim. Realmente, não é algo fácil de lidar, e dada a sensibilidade do tema, até mesmo compartilhar.

Por conta disso, podem ocorrer vários questionamentos sobre quem realmente a pessoa que é ou sobre as intenções por trás destes pensamentos. E a preocupação com o que eles podem significar sobre seu caráter e sua identidade.

Além do mais, para algumas pessoas, trazem dor intensa ao se repetir por algum tempo. Sem contar a angústia, a preocupação e a sensação do medo de que se perca o controle da situação e possa chegar às vias de fato. 

Às vezes, um pensamento de fazer mal a outra pessoa é apenas isso: um pensamento passageiro que não fica na sua mente tempo suficiente para sequer causar sofrimento.

Outras vezes, quando se tornam frequentes, angustiantes e envolvem violência constante, exigem ajuda de um profissional especializado.

Desta forma, há casos em que eles são, na verdade, um sintoma de um problema psicológico. Por exemplo, o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), que é muito comum e tratável.

Posto isso, continue lendo os próximos tópicos para compreender o que está na raiz dos seus pensamentos. E, assim, você possa obter a ajuda e o alívio que precisa.

O que são pensamentos homicidas?

Refere-se a pensar, considerar ou ter a mente invadida por imagens sobre matar outra pessoa. Podem apresentar curta duração, quando o paciente não se assusta com os pensamentos. Neste caso, eles desaparecem momentaneamente.

Ou ainda, como são pensamentos de conteúdo muito violento e que geram um grande medo sobre a possibilidade de realmente efetuar o comportamento, eles podem permanecer por mais tempo. Inclusive, esse medo e ansiedade podem gerar um ciclo que aumenta sua frequência e intensidade.

Agora, é importante destacar que, o que diferencial nestas situações, não é a existência dos pensamentos homicidas, mas sim a falta de desejo de realizá-los concretamente. E, ainda assim, eles seguem invadindo a cabeça do paciente. Nestes casos, por mais que o pensamento exista nunca haverá uma ação.

Por que esses pensamentos surgem?

Muitas causas na vida do paciente podem explicar o surgimento deste quadro, isso será investigado no início do tratamento.

Geralmente, quando esses pensamentos surgem de forma repetida, sem que se tenha a vontade de cometer o ato, isso pode estar relacionado a problemas psicológicos. Por exemplo, elevados níveis de Estresse e Transtornos de Ansiedade, especialmente o TOC – Transtorno Obsessivo-Compulsivo.

Também podem ser potencializados por uma grande quebra no sistema de valores do paciente (Quando os pensamentos violentos são totalmente o contrário do que o paciente pensa e pratica em sua vida). Ou quando a pessoa pode estar enfrentando algum problema interno como raiva não resolvida ou uma longa vivência de mágoa.

Pensamentos homicidas e TOC – Como eles estão conectados

Eles se conectam pelo fato de que os pensamentos homicidas, quando relacionados ao TOC, seguem a mesma estrutura deste transtorno de ansiedade. Esses pensamentos são as obsessões, que levam a um desespero muito grande e em alguns casos ativam as compulsões, que são rituais ou comportamentos que o paciente adota para buscar alívio.

Então, a pessoa pode ficar perturbada pelas imagens ou ideais frequentes de querer machucar alguém, mas não há intenção real de causar quaisquer danos ou fazer isso se concretizar. Apesar disso, a pessoa não consegue notar que não vivencia um desejo de realização, gerando extrema ansiedade e desconforto.

Isso acontece devido ao TOC aumentar os medos irracionais como também distorcer percepções, gerando má interpretação do que se pensa, se sente e do que ocorre à sua volta. Então, um simples pensamento normal ou insignificante pode se tornar uma obsessão no TOC.

Para tanto, a diferença se concentra em que no TOC esses pensamentos homicidas são indesejados, intrusivos, e não há controle sobre pará-los, gerando culpa, medo, ansiedade.

Agora, quando o pensamento gera um desejo, intenção, impulso, prazer e seguido de um plano de ação, isso já está fora da esfera do TOC e precisa de outro tipo de atenção e um cuidado ainda maior.

Por que pensamentos de causar dano a outros podem surgir em pessoas com TOC?

Porque o TOC é motivado por uma ansiedade extrema e um medo avassalador de que aquilo que a pessoa pensa possa, de fato, acontecer. Esse medo é um combustível que faz com que a pessoa não consiga abandonar os pensamentos, tenha uma interpretação distorcida sobre eles e, sem perceber, aumente esse ciclo de ansiedade.  

Então, a dificuldade de lidar com as próprias ideias e o funcionamento ansioso faz com que as pessoas com TOC tenham uma maior probabilidade a vivenciar este tipo de pensamento.

Como saber se os pensamentos homicidas são reais ou são TOC?

O fator principal que diferencia os pensamentos homicidas reais do TOC é como a pessoa se sente em relação a eles. Então, quando for TOC, os pensamentos são indesejados, desconectados dos verdadeiros sentimentos do paciente, e depois que eles chegam, levam a uma intensa angústia, culpa e medo.

Além disso, apesar das tentativas de evitar ou parar esses pensamentos, eles permanecem, o que deixa o paciente mais ansioso.

Por outro lado, quando esses pensamentos são reais, a pessoa tem a intenção, vontade, desejo consciente de agir e até planeja fazer isso. E também não há nenhum tipo de conflito interno, não sente angústia ou qualquer ansiedade sobre isso.

Portanto, se a pessoa sofre e testifica que esses pensamentos homicidas não se alinham com os seus valores ou surgem contra a sua vontade, possivelmente, é um indício de TOC. E, o caminho é buscar um tratamento especializado para o diagnóstico correto e iniciar o tratamento mais adequado.

Sinais de que seus pensamentos homicidas estão relacionados ao TOC

Aqui estão descritos sinais de pensamentos homicidas relacionados ao TOC:

Pensamentos intrusivos recorrentes

Pensamentos de forma involuntária, repetitiva, não intencional causando muito desconforto, mal-estar.

Alto nível de ansiedade

Medo extremo do que possa acontecer devido a esses pensamentos. Então, a pessoa sente que pode perder o controle e até realizar o ato violento.

Culpa desproporcional

Por mais que a pessoa não tenha a intenção de cometer o ato de matar alguém, ela sente uma grande culpa ou vergonha muito forte só de pensar a respeito.

Medo de objetos potencialmente perigosos

Evita situações, pessoas ou objetos associados a danos potenciais, mesmo que não haja risco real.

Preocupação com a visão de si mesmo

Tentativa constante de garantir que é uma “boa pessoa” e que nunca machucaria alguém.

Contraste entre o pensamento homicida e os valores pessoais

Os pensamentos estão em total desacordo com os valores e crenças da pessoa, causando intensa angústia.

Busca incessante por informações

Ler ou pesquisar compulsivamente sobre violência, sociopatia ou psicopatia para garantir que “não se encaixa” nesses perfis.

Pensamentos acompanhados de aversão

Sentir repulsa ou aversão ao imaginar a possibilidade de cometer um ato violento.

Rituais de segurança

Realizar comportamentos repetitivos (como verificar portas, repetir frases ou rezar) para “garantir” que não machucará ninguém.

pensamentos homicidas 3 - Psicóloga Fabíola Luciano
Pensamentos Homicidas – O que são, sinais e como tratar Foto: Freepik

Como saber se tenho intenção de ferir alguém?

Se você sentir medo por ter esses pensamentos, isso já indica a falta de intenção de agir. Então, o medo é uma indicação de que você não tem intenção real de ferir alguém. Desse modo, no TOC, os pensamentos são mais reflexo de uma ansiedade extrema do que o desejo real.

O ciclo do medo no TOC

O ciclo do medo do TOC ocorre em 4 estágios que se repetem:

  1. Obsessões – pensamentos surgem repentinamente, com frequência;
  2. Ansiedade e Medo – a pessoa sente uma ansiedade elevada e um medo forte, fora do comum;
  3. Compulsões – faz alguma coisa para diminuir a angústia que sente;
  4. Alívio temporário – sente um conforto que dura pouco.

Após passar por todos esses estágios, embora possa parecer o fim, tudo recomeça. Dessa forma, o TOC transforma-se em um ciclo vicioso e o paciente fica preso a esse ciclo, sem conseguir sair sozinho.

Impactos dos pensamentos homicidas na vida do paciente

Os impactos negativos que os pensamentos homicidas podem trazer ao paciente:

  • Problemas de relacionamento;
  • Automutilação;
  • Preocupação e ansiedade constantes;
  • Depressão;
  • Incerteza sobre seu caráter;
  • Insônia e desesperança;
  • Culpa, vergonha;
  • Dificuldade de Concentração;
  • E outros.

Posto isso, é importante ressaltar que o sentimento constante de culpa e a dúvida sobre a própria moralidade minam a autoestima, enquanto os rituais compulsivos para tentar neutralizar esses pensamentos consomem tempo e energia.

Como tratar os pensamentos homicidas?

A TCC é um tratamento eficaz, baseado em evidências, para todos os tipos de TOC e Transtornos de Ansiedade, incluindo os pensamentos homicidas. Com o tratamento, você pode aprender a controlar seus pensamentos e viver uma vida mais plena sem o sofrimento e confusão que os sintomas trazem.

como tratar pensamentos homicidas - Psicóloga Fabíola Luciano
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Então, se você está procurando um tratamento eficaz para eliminar esses pensamentos, a terapia especializada em TOC será sua grande aliada!

Além dela, há casos em que a medicação atua em conjunto tornando o tratamento ainda mais eficiente.

Benefícios do Tratamento

Estes são os benefícios que o tratamento pode fazer pelo paciente:

  • Redução da intensidade e da frequência dos pensamentos homicidas;
  • Diminuição do Medo;
  • Diminuição da ansiedade e do estresse emocional;
  • Aprender Estratégias para Diminuir a Ansiedade;
  • Aprender a Controlar os Pensamentos;
  • Técnicas de Regulação Emocional;
  • Habilidades de Enfretamento do Medo e Ansiedade;
  • Exposição e Prevenção de Resposta (Melhor tratamento para TOC);
  • Aprender a Quebrar o Ciclo do TOC;
  • Retomada do Senso de Identidade;
  • Maior qualidade de vida;

Posto isso, se pensamentos homicidas estão confundindo sua cabeça e trazendo angústia, medo, o Psicólogo Especialista em TOC é o caminho para uma vida diferente e leve.

Agende uma consulta para saber mais.

Conheça a Psicóloga Fabíola Luciano

Psicóloga Fabíola Luciano – CRP 104468

Especialista pela Universidade de São Paulo – USP

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