Neste artigo, exploraremos o que significa medo de enlouquecer, sintomas e suas implicações, além de como o tratamento adequado pode ajudar. Para isso, confira os tópicos abaixo e venha comigo, boa leitura!
O que significa medo de enlouquecer?
Medo de enlouquecer é um estado emocional relacionado à ansiedade excessiva que se manifesta através da hipervigilância sobre os próprios pensamentos, sensações físicas e mentais.
Desta forma, o temor de enlouquecer leva a se observar constantemente, mantendo uma sensação de alerta sempre ativada. Logo, quanto maior a tentativa de garantir que “está bem”, mais dúvida e medo surgem.
Também está relacionado ao medo de perder o controle da mente, o contato com a realidade. Nesse sentido, o paciente enfrenta muita confusão mental e sente muito medo de perder a sanidade mental, porque interpreta qualquer sinal como um “loucura” iminente.
Por fim, esse medo não é um sinal de psicose ou loucura como tal.
Ao contrário, ele nasce de uma mente hiper consciente, reflexiva e sensível ao controle.
É normal ter medo de enlouquecer?
Sim!
É uma resposta mais comum do que se pode imaginar.
Porém, ela atinge mais intensamente pacientes que apresentam um nível de ansiedade elevada.
Inclusive, porque é uma população mais suscetível a ficar presa neste tipo de pensamento evoluindo para um quadro sintomático.
O que leva uma pessoa a acreditar que vai enlouquecer?
Geralmente essa sensação costuma surgir quando o paciente começa a se observar em excesso.
Então, a mente interpreta de forma errônea suas sensações e experiências internas que, na verdade são fruto da ansiedade.
Por exemplo, uma sensação de aceleração mental, ou pensamentos “estranhos”.
Em vez de perceber o que sente como algo passageiro, o paciente se fixa na sensação e acredita que aquilo é um sinal da deterioração mental / loucura.
Medo de enlouquecer tem ligação com ansiedade?
Na verdade, em grande parte dos casos, esse medo é um sintoma da própria ansiedade.
Portanto, o medo de enlouquecer pode estar relacionado também com os Transtornos de Ansiedade, como Pânico, TAG, e transtorno obsessivo-compulsivo – TOC.
Porque quem tem ansiedade tem medo de enlouquecer?
Porque quando a ansiedade atinge níveis elevados, o corpo entra em estado de alerta. Desta forma, o coração acelera, pensamentos ficam mais rápidos, a percepção parece diferente.
Logo, diante dessas alterações desconfortáveis nos sentidos, o cérebro tenta encontrar uma explicação. Então, vem o medo de estar enlouquecendo.
Qual relação do medo de enlouquecer com crises de Pânico?
Durante as crises de pânico, é comum experimentar um medo intenso de enlouquecer. Esse medo pode ser tão profundo aumenta ainda mais a ansiedade, criando um círculo vicioso difícil de interromper.
Então, essas experiências se relacionam da seguinte forma:
- As sensações físicas intensas como palpitações, tontura, falta de ar ou confusão são interpretadas de forma catastrófica, como se fossem sinal de que a pessoa está prestes a enlouquecer ou perder o controle;
- Essa interpretação equivocada faz com que o medo aumente, o que intensifica as reações do corpo. Assim, o ciclo de pânico se mantém.
Embora o medo de enlouquecer não cause a crise de pânico, faz parte dela, funcionando como um combustível que reforça e prolonga o episódio.
Como esse medo aparece de formas diferentes em cada transtorno de ansiedade?
O medo aparece:
- No pânico, como interpretação catastrófica.
- No TOC, como medo de agir de forma irracional.
- Na TAG, como preocupação sobre a própria preocupação.
- Na despersonalização, como medo de perder a identidade.
Sintomas do medo de enlouquecer
Sintomas do medo de enlouquecer envolvem áreas cognitivas, emocionais e físicas, tais como listados abaixo:
Cognitivos
- Pensamentos intrusivos e obsessivos sobre “enlouquecer”;
- Dificuldade de concentração;
- Ato de pensar de forma constante e repetitiva sobre medo;
- Dificuldade em tomar decisões.
Emocionais
- Sentimentos intensos de pânico, pavor ou medo;
- Medo de perder o controle;
- Irritabilidade e agitação;
- Sentimento de distanciamento do próprio corpo ou do ambiente ao redor (despersonalização/desrealização);
- Preocupação excessiva ou nervosismo constante.
Físicos
- Coração acelerado ou palpitante;
- Transpiração excessiva;
- Falta de ar ou respiração acelerada;
- Tonturas, vertigens ou sensação de desmaio;
- Tremores ou abalos;
- Sensações de dormência ou formigamento;
- Tensão muscular;
- Náuseas ou problemas estomacais.
O que piora o medo de enlouquecer?
Há alguns gatilhos que podem piorar o medo de enlouquecer:
- Tentar controlar tudo ao seu redor;
- Crenças de que pensar demais vai enlouquecer;
- Monitoramento excessivo das sensações corporais;
- Buscar certeza repetidamente;
- Falta de compreensão sobre ansiedade;
- Evitar pensamentos ou sensações;
- Tentativa de “vigiar” o próprio pensamento.
H3 – Como saber se estou realmente enlouquecendo?
A própria capacidade de fazer essa pergunta já traz uma informação importantíssima: Quem tem medo de enlouquecer não está enlouquecendo. Isso porque, o paciente que realmente está num quadro psicótico não tem essa consciência.
O medo de enlouquecer aparece quando a mente está funcionando demais.
É um estado de hiperconsciência. Assim, o paciente observa cada pensamento, cada sensação, cada movimento mental como se estivesse com uma lupa.
Então, essa vigilância exagerada cria a impressão de que algo está errado, quando o que existe é apenas ansiedade alterando a percepção.
H2 – Como controlar o medo de enlouquecer – 6 dicas
Aqui estão 6 dicas para controlar o medo de enlouquecer:
H3 – 1 – Entenda o que o medo realmente significa
O medo é um dos nossos mecanismos de defesa, uma resposta humana muito natural que surge quando há perigo ou dano potencial.
Entretanto, quando o medo se torna extremo em determinadas situações pode indicar trazer muitas complicações. Assim, aprender estratégias adequadas de enfrentamento é um excelente caminho.
H3 – 2 – Observe quando seus pensamentos chegarem e não lute contra eles para forçá-los a ir embora
Geralmente, o paciente luta para impedir esses pensamentos, porém, só os reforça e o torna mais potentes. É o paradoxo do pensamento ansioso: quanto mais você tenta provar que está são, mais instável fica.
H3 – 3 – Aceite o Medo
A aceitação do medo fará com que você consiga lidar com ele de forma mais eficiente, ao invés de sofrer com suas reações emocionais sem perceber de onde elas vêm. Aceitar é o primeiro passo para lidar com as emoções intensas.
H3 – 4 – Deixe de Checar ou Testar sua Sanidade Mental o tempo todo
Essa é uma tentativa que só aumenta a espiral de ansiedade. Em vez disso, tente ocupar sua mente com algo agradável.
H3 – 5 – Reduza a hiper vigilância sobre suas sensações
O automonitoramento excessivo piora e chega a criar sensações corporais intensas. Compreendê-las e entender de onde elas vem é essencial para diminuir a hipervigilância.
H3 – 6 – Perceba como sua Forma de Pensar ativa o Medo
É importante que você mude a forma como pensa em relação ao medo, evitar só agrava o quadro. A forma que você reage a ele deve ser o foco de sua atenção.
H2 – Tratamento para o medo de enlouquecer
O tratamento mais indicado é a Psicoterapia Cognitivo Comportamental, a TCC, que é considerada padrão ouro na literatura por sua eficácia em tratar o medo de enlouquecer. Seja ele parte de crises de pânico, TOC, TAG ou episódios de despersonalização/desrealização.
Desse modo, a terapia é estruturada para auxiliar os pacientes no gerenciamento da ansiedade das seguintes maneiras:
- Fazendo-os entender o que está por trás do medo de enlouquecer;
- Desenvolver habilidades para lidar com a ansiedade e colocar os medos em perspectiva.
H3 – Psicoterapia Cognitivo Comportamental
A Psicoterapia Cognitivo Comportamental TCC trata o medo de enlouquecer atacando diretamente os mecanismos que sustentam esse medo, não apenas o sintoma.
Ela ensina a tolerar a incerteza e a ansiedade que surgem após essa onda de medo de enlouquecer, sem precisar recorrer a estratégias que piorem o problema.
Então, ela atuará em:
1. Corrigir a interpretação equivocada das sensações
2. Reduzir a hipervigilância e o hábito de se vigiar
3. Enfrentar as sensações e pensamentos que assustam
4. Interromper as compulsões mentais
Por fim, ao iniciar o tratamento com um especialista em ansiedade, você se sentirá mais seguro para enfrentar o medo de enlouquecer e diminuir a angústia que ele gera.
Benefícios do Tratamento
Estes benefícios trazem ao paciente:
- Redução dos sintomas cognitivos, emocionais e físicos que o medo de enlouquecer gera;
- Aprendizado de como lidar com esse medo de maneira eficiente;
- Técnicas para Manejo do Medo e Ansiedade;
- A percepção de que o medo é um sintoma ansioso;
- Interromper o ciclo de dúvidas;
- Diminuir rituais de checagem;
- Se relacionar melhor com suas sensações corporais, pensamentos e emoções;
- Ajuda a trazer mais tranquilidade quando os pensamentos de medo surgem, aumentando a consciência e o controle sobre eles;
- Promove a autonomia através de ferramentas práticas para gerenciar suas emoções, pensamentos e sensações no dia a dia.
O medo de enlouquecer é um sofrimento muito mais comum do que parece, embora quase sempre vivido em silêncio. O problema central não é o risco de enlouquecer, mas a ansiedade excessiva.
Portanto, quando você compreende isso, o medo perde a força, porque deixa de ser uma ameaça e sim um sintoma que pode ser tratado.
Por isso, buscar um especialista em ansiedade faz toda a diferença. Assim sendo, se quiser iniciar o tratamento, Agende sua consulta.
Conheça a Psicóloga Fabíola Luciano
Psicóloga Fabíola Luciano – CRP 104468Especialista pela Universidade de São Paulo – USP