Neste artigo, você conhecerá como os pensamentos violentos se manifestam, os tipos, os sintomas, os tratamentos indicados e mais detalhes para uma melhor compreensão. Para isso, navegue pelos tópicos abaixo:
O que significa ter pensamentos violentos?
Pensamentos violentos significam imagens ou ideias mentais involuntárias e perturbadoras que envolvem agressão e violência contra si mesmo ou contra outros.
Assim, esses pensamentos podem surgir de forma inesperada e intrusiva, sem qualquer relação com o desejo real de agir. E, muitas vezes, são acompanhados por sentimentos de angústia, medo, culpa, ansiedade ou confusão.
Portanto, é essencial compreender que ter pensamentos violentos não significa necessariamente que o paciente agirá de acordo com eles.
Assim sendo, te convido a ler os próximos para compreender melhor esse importante tema tão complexo.
Tipos de Pensamentos Violentos
Conheça alguns dos pensamentos violentos possíveis:
- Diversos tipos de Agressão ou violência contra os outros;
- Automutilação;
- Pensamentos intrusivos sobre se machucar;
- De vingança;
- Suicídio;
- Homicídio;
Características dos Pensamentos Violentos
As características dos pensamentos violentos incluem:
- Natureza intrusiva e repetida;
- Conteúdo que causa mal estar;
- Falta de controle e medo de perder o controle;
- Não oferecem risco real.
É normal ter pensamentos violentos?
É normal ter pensamentos violentos de vez em quando. Em geral, isso acontece com quase todas as pessoas.
Normalmente, eles aparecem e vão embora sem qualquer significado e não acarretam nenhum efeito prejudicial.
Contudo, para pessoas que sofrem com pensamentos intrusivos de violência, eles vêm de forma muito constante e repetitiva, confundindo o paciente sobre a real vontade de exercer os atos de violência.
Então, mesmo que a pessoa não queira pensar ou se esforce para evitar esses pensamentos, eles não saem da sua cabeça.
Logo, nesses casos, é fundamental buscar avaliação com um especialista em TOC Violento.
Entenda melhor o funcionamento dos Pensamentos Intrusivos
Por que os pensamentos violentos surgem?
Muitos fatores podem estar envolvidos no surgimento dos pensamentos violentos. Geralmente observamos uma combinação entre eles.
Por exemplo, um momento de vida que traga muita ansiedade, medo ou estresse emocional. Histórico de vida, traumas, valores pessoais e genética.
Por que na minha cabeça aparecem imagens violentas que não correspondem à personalidade?
Porque podem justamente ser o indicativo da presença dos pensamentos intrusivos. Essa é a principal característica do intrusivo, que pode ou não estar relacionado ao diagnóstico de Transtorno Obsessivo Compulsivo.
São pensamentos que surgem sem qualquer gatilho aparente, contrários ao desejo real do paciente, que vem e voltam em looping. Apesar de toda a luta que é travada para mandá-los embora.
Sintomas dos Pensamentos Violentos
Os sintomas dos Pensamentos Violentos se dividem em:
Sintomas Cognitivos e Emocionais
- Imagens ou impulsos mentais perturbadores;
- Pensamentos são frequentes e tem “vontade própria”
- Culpa, vergonha, medo e dúvida;
- Medo de perder o controle;
- Busca alguma segurança de que não fará mal a si e nem ao outro;
- Dificuldade de se concentrar;
- Checagem constante dos próprios pensamentos e desejos;
- Confusão sobre a própria identidade.
Sintomas Comportamentais
- Afastamento e Evitação de situações ou pessoas que possam desencadear esses pensamentos violentos;
- Ações repetitivas com o objetivo de aliviar a ansiedade;
- Rituais de neutralização;
- Checagem compulsiva;
- Evitar conteúdo violento nas mídias
- Buscar confirmação verbal das pessoas de que é uma pessoa boa.
Sintomas Físicos
- Suor;
- Tremores;
- Taquicardia;
- Dificuldade de respirar;
- Falta de sono ou não conseguir dormir;
- Tensão constante.
Como os Pensamentos Violentos podem se Relacionar com o TOC?
Os pensamentos violentos podem se relacionar com o TOC devido a:
- Serem intrusivos e divergente da vontade da pessoa;
- Podem ser parte do ciclo obsessivo compulsivo;
- Gerar medo de não ter o controle agir conforme o pensamento;
- Desencadeiam rituais mentais e comportamentais;
- Atuar em desacordo com o que a pessoa é: personalidade e caráter.
Como saber se meus Pensamentos Violentos são reais ou pelo TOC?
Realmente essa é uma das dúvidas mais angustiantes para quem sofre com pensamentos violentos intrusivos: “E se isso não for TOC? E se eu for mesmo perigoso?”. A mente cria um cenário de incerteza desesperador. E é justamente essa dúvida obsessiva que alimenta o ciclo do TOC.
Quando o pensamento violento vem à mente, o paciente com TOC se sente desconfortável, amedrontado e não quer fazer aquilo. Então, passa a vivenciar um profundo sofrimento por esse motivo.
Desta forma, o sofrimento, os sentimentos envolvidos e o esforço para controlar esses pensamentos são, na verdade, sinais de que não há risco verdadeiro. Mas sim um transtorno ansioso que precisa do cuidado de um Especialista em TOC.
Assim, quando representam um desejo real, tais pensamentos são uma expressão do desejo. Portanto, ao invés de incômodo, vão trazer prazer.
Porque os pensamentos violentos voltam mesmo que eu não queira?
Porque eles frequentemente estão relacionados a um Transtorno de Ansiedade. E, como tal são impossíveis de frear apenas pelo desejo do paciente. Logo, são os sintomas de uma patologia.
Ademais, costumam retornar com insistência justamente porque aquele conteúdo e temido e evitado. Assim, quanto mais tentativa e esforço para deixar de pensar, mais eles se tornam mais frequentes, intensos e fortes. Esse é um grande paradoxo no TOC e nos Transtornos Ansiosos.
Por isso é tão importante o olhar de um especialista em TOC Violento para não trazer perspectivas equivocadas, que reforcem ainda mais os temores preexistentes. Além de estabelecer um protocolo de tratamento adequado.
Sinais de que você pode ter TOC Violento
Estes são os sinais que podem indicar TOC Violento:
- Pensamentos violentos indesejados que causam ansiedade e sofrimento;
- Pensamentos recorrentes relacionados aos mais variados tipos de conteúdo agressivo. Por exemplo: suicídio, esfaqueamento, agressão sexual, homicídio;
- Preocupa-se em levar a cabo estas ações violentas, mesmo que não haja risco real;
- Sente muita Vergonha, Culpa, Medo, Repulsa por não conseguir parar os pensamentos violentos;
5 Formas de Pensar do Paciente que tem TOC Violento
Aqui estão 5 formas de pensar de quem tem TOC Violento:
- Passa horas tentando descobrir se representa um risco para o cônjuge, família, amigos e/ou estranhos;
- Evita objetos que podem causar danos, como facas, tesouras ou armas de fogo;
- Costuma ter pensamentos intrusivos de danos acidentais, como envenenar outras pessoas enquanto cozinha ou atropelar um pedestre com seu carro;
- Pensamentos, imagens ou impulsos de machucar alguém, apesar de desejar fervorosamente que isso não acontecesse;
- Pensamentos ansiosos repetitivos sobre o medo de causar algum dano.
Como é o ciclo Obsessivo Compulsivo no TOC violento?
O ciclo obsessivo compulsivo no TOC Violento acontece da seguinte maneira:
- Pensamento, imagem ou ideia obsessivos e indesejados de forma repentina causando muita angústia, medo e ansiedade;
- Ativação intensa da ansiedade e o paciente não sabe como controlar;
- Por causa disso, ele inicia as Compulsões que são rituais ou ações repetitivas (inclusive mentais) para neutralizar essa ansiedade;
- Surge um alívio temporário;
- Depois de um tempo as obsessões e intrusivos voltam e o ciclo se reinicia do princípio.
Assim sendo, o paciente se prende a um ciclo que não consegue quebrar, pois o alívio logo acaba e ela novamente inicia um novo ciclo. Ainda que pareça positivo ter algo para minimizar o problema, as compulsões são combustível para a permanência do ciclo.
Tratamento para Pensamentos Violentos
O tratamento para pensamentos violentos passa por uma avaliação clínica a fim de identificar e diferenciar se o diagnóstico indica TOC ou se o paciente ainda está num nível de pensamentos intrusivos, sem a presença do TOC em si.
Após isso, o plano de tratamento será estruturado de acordo com as necessidades específicas daquele paciente e visando a diminuição de seus sintomas.
Vale destacar que o padrão ouro de tratamento recomendado pela APA – Associação Americana de Psiquiatria, trata-se da combinação entre Terapia Cognitivo Comportamental – TCC e Medicação.
TCC – Terapia Cognitivo Comportamental
A TCC se orienta por dois norteadores baseados em evidências:
- Terapia Cognitiva – analisa nossa forma de enxergar e pensar;
- Terapia Comportamental – analisa como nos comportamos e porque agimos de determinadas formas
Nesse sentido, a TCC se fundamenta e se concentra em como o paciente reage ao que pensa e não ao pensamento em si.
Desse modo, atua na raiz do pensamento obsessivo e do comportamento compulsivo, ajudando os pacientes a retomarem o controle sobre suas emoções e sua mente por meio da:
- Identificação de padrões de pensamento: entendendo as crenças por trás das obsessões.
- Desafia distorções cognitivas: aprendendo a visualizar os pensamentos de forma mais racional.
- Atua na Regulação Emocional: Construindo caminhos para controlar a ansiedade, medo e emoções intensas que surgem diante dos pensamentos violentos.
- Reduz o comportamento compulsivo: por meio do ERP, os pacientes enfrentam seus medos sem realizar rituais.
Também uma das importantes estratégias são as habilidades de enfrentamento, a famosa ERP – Exposição e Prevenção de Respostas.
Exposição e Prevenção de Resposta – ERP
A ERP é considerada a intervenção de primeira linha para o TOC e projetada para quebrar o ciclo dos pensamentos violentos.
Nesse sentido, há 2 etapas na abordagem:
- Exposição – o paciente confronta os pensamentos temidos sem esquivar;
- Prevenção de Resposta- o paciente é desafiado a resistir à vontade de realizar comportamentos que pareçam trazer alivio momentâneo, mas na verdade sejam mantenedores do quadro.
Ao introduzir essas técnicas, é esperado que a ansiedade aumente de forma controlada e segura. Então, a principal função e poder desta técnica é ensinar ao paciente a habilidade de lidar com a ansiedade e perceber que com o tempo ela sempre diminui. Assim, com a exposição repetida, o medo diminuirá.
Esse processo, chamado habituação, retreina o cérebro para parar de soar alarmes falsos e enviar gatilhos distorcidos. Certamente é uma parte indispensável do tratamento, mas, por isso mesmo deve ser conduzida por um Psicólogo Especialista em TOC.
Caso contrário, um profissional que não seja habilitado, pode levar a um efeito rebote, piorando os sintomas.
Medicação
Em alguns casos, de acordo com a indicação médica, os medicamentos são introduzidos juntamente com a terapia oferendo melhor eficácia no tratamento.
Benefícios
Inúmeros benefícios podem ser experimentados durante o tratamento. Conheça alguns deles:
- Reduz a frequência e a intensidade de pensamentos violentos;
- Redução do Medo de perder o controle e agir conforme o que pensa;
- Diminuição da ansiedade e do estresse emocional;
- Manejo Adequado do Sentimento de Medo;
- Aprende Estratégias para Diminuir a Ansiedade;
- Passa a compreender e a gerenciar pensamentos intrusivos de violência;
- Técnicas de Regulação Emocional;
- Ajuda a confrontar preocupações de forma controlada;
- Habilidades de Enfretamento do Medo e Ansiedade;
- É ensinado a lidar com o impacto emocional de suas obsessões;
- Aprender a Quebrar o Ciclo do TOC;
- Retomada do Senso de Identidade;
- Proporciona um ambiente de apoio seguro e efetivo;
Se pensamentos violentos invadem sua mente com frequência, sem que você queira, gerando medo de si mesmo, ansiedade, culpa ou vergonha, é sinal de que algo precisa de cuidado.
O tratamento especialista em TOC é uma ferramenta poderosa na retomada do controle sobre seus pensamentos e saúde emocional.
Por fim, para iniciar o Tratamento para Pensamentos Violentos, Agende sua consulta.
Conheça a Psicóloga Fabíola Luciano
Psicóloga Fabíola Luciano – CRP 104468
Especialista pela Universidade de São Paulo – USP
