Quantos de nós agimos com rigor conosco quando erramos? Praticamente, todos nós cobramos e julgamos nossos comportamentos ferozmente. Muitas vezes, abraçamos a punição e dedicamos tempo nela.
Em contraste, surge a Autocompaixão que está a cada dia mais destacada, por sua inegável contribuição para o bem-estar psicológico e emocional. Ademais, ela traz leveza e acalma nosso interior em meio a situações difíceis.
Mas, você sabe exatamente o que é Autocompaixão? E como ela pode lhe ajudar em ter um relacionamento amigável e gentil consigo? Pois bem, aqui você descobrirá:
✔ O Que é Autocompaixão;
✔ Sinais de Que sua Autocompaixão Está Em Dia ✔ Ou Que Precisa Melhorar;
✔ O Que Atrapalha a Autocompaixão?;
✔ Como Exercitar a Autocompaixão?;
✔ Principais Características da Autocompaixão;
✔ Como Construir Autocompaixão?
✔ Dicas para Melhorar sua Habilidade de Autocompaixão
✔ Qual a diferença entre Autoestima e Autocompaixão
✔ Benefícios da Autocompaixão.
O Que é Autocompaixão?
Em primeiro lugar a Autocompaixão é uma Habilidade Treinável. Isso quer dizer que você pode desenvolvê-la e melhorá-la com a prática. Assim como aprender um novo idioma, por exemplo.
É a habilidade de ser mais compreensivo consigo de forma incondicional. Inclusive, diante dos erros que cometemos, das nossas limitações e nossos defeitos. É ser compassivo e gentil.
Então, em vez de ser crítico em situações difíceis e adversas, você se mantém cuidadoso, tolerante e sensível à sua própria dor. Nesse sentido, é a prática de adotar uma postura amável com você, especialmente nos momentos de maior sofrimento.
Além disso, a autocompaixão não envolve somente uma diminuição do autojulgamento. Porém, busca maneiras para ajudar na travessia das situações desafiadoras.
Ademais, é ativa em tentar reduzir ou gerenciar o seu próprio sofrimento por um caminho saudável. Sem cair num lugar de vitimismo.
Em suma, é a construção de um olhar bondoso para você, entendendo que todos falham e que emoções negativas devem ser equilibradas, não reprimidas ou negadas!
Sinais de Que sua Autocompaixão Está Em Dia Ou Que Precisa Melhorar
Por meio de alguns sinais, você conseguirá identificar como anda a sua habilidade de autocompaixão. Assim, te dará condições de fazer uma autoanálise e perceber a necessidade de fortalecer esta habilidade, se necessário. Para isso, leia abaixo:
Sinais de Boa Habilidade de Autocompaixão
- Se trata com Carinho e Gentileza mesmo quando existem dor, falhas e culpa;
- Ser amável consigo apesar dos erros;
- Adotar uma postura não julgadora;
- Reconhece e aceita sua humanidade e falibilidade;
- Define metas desafiadoras, porém, alcançáveis;
- Compreensão, aceitação e acolhimento das próprias emoções;
- Mantém autocuidado e autovalorização;
- Preserva amor próprio mesmo com todas as deficiências que sabe que tem.
Sinais de Baixa Habilidade de Autocompaixão
- Compara-se com outros frequentemente;
- Concentra-se apenas em suas falhas, erros e defeitos;
- Tende a se punir severamente;
- Se julga e condena rapidamente;
- Mantém pensamentos depreciativos sobre si mesmo;
- Se exige demasiadamente;
- Dificuldade em reconhecer e lidar com as suas falhas;
- Sentimento constante de Culpa e/ ou Vergonha;
- Sente dificuldade de reconhecer suas realizações e sucessos;
- Baixa autoestima.
O Que Atrapalha a Autocompaixão?
Existem muitas barreiras que podem atrapalhar a sua jornada de autocompaixão. Uma vez que essa é uma habilidade de exercício diário, vale ficar atento.
Também verificar a influência destes fatores sobre você e sua vida. Então, descubra a seguir:
- Autocrítica e sentimento de julgamento;
- Negativismo;
- Comparar-se com os outros;
- Sentir-se melhor que os outros;
- Perfeccionismo;
- Exigir demais de si mesmo;
- Necessidade excessiva de aprovação social;
- Expectativas sociais e culturais (Ex: Onde eu deveria estar/ter/ser com essa idade);
- Autopunição quando faz algo errado;
- Não aceitar que pode falhar em algum momento;
- Baixa resiliência;
- Falta de habilidades para gerenciamento emocional;
- Vivências traumáticas no passado.
Principais Características da Autocompaixão
A autocompaixão envolve 3 características muito importantes.
Portanto, cuidar do desenvolvimento destes três pilares será um grande passo na jornada da sua Habilidade de Autocompaixão. Para isso, avalie, como estes campos estão na sua vida?
1 – Auto bondade substituindo o Autojulgamento
Em contraste ao hábito de julgar, criticar e depreciar a si mesmo, a Auto bondade se manifesta fazendo com que você se trate com cuidado, gentileza e com tom amigável.
Ao invés daquela voz crítica e punitiva que pode surgir nos nossos pensamentos, praticar a
Autocompaixão nos leva a desenvolver uma voz mais tolerante e encorajadora. Apesar de nossas falhas e defeitos.
2 – Humanidade Compartilhada
É horrível ter a sensação de que a vida te escolheu para sofrer. De que somente contigo acontecem coisas ruins ou difíceis.
A prática da Autocompaixão nos lembra que os sofrimentos e problemas da vida não se restringem a uma pessoa só. Mas sim, que o sofrimento faz parte da experiência humana compartilhada.
Assim, podemos sair do isolamento do sofrimento solitário e compreendê-lo como parte das batalhas que cada um enfrenta. Isso não elimina o problema, mas diminui o tamanho dele na sua cabeça e emoções.
3 – Consciência e Conexão com o Momento Presente
Ter a consciência de seus pensamentos e emoções sem se sentir mal ou se julgar por isso.
Então, apesar de não gostar necessariamente do que se sente ou dos pensamentos que emergem, a pessoa auto compassiva observa esse movimento da mente sem se apegar.
Mediante essa postura, isso impede tanto de exagerar, quanto de minimizar os Pensamentos e Emoções. Assim, você desenvolve a consciência de que está tendo essa experiência. Contudo, isso não lhe define e só dura um período de tempo.
Como Construir Autocompaixão?
Construir a compaixão dentro de si pode melhorar significativamente a vida e as relações pessoais. E, o melhor: ela pode ser aprendida!
Conheça alguns caminhos que te ajudarão:
- Não alimente a voz da autocrítica, ela é grande inimiga da autocompaixão;
- Faça afirmações positivas a respeito de si mesmo, de características que aprecia (Desde que sejam verdadeiras, não vale tentar se convencer);
- Trate-se como se você fosse seu melhor amigo. Na verdade, você é!;
- Seja seu aliado, não seu inimigo;
- Não tenha medo de falhar. E se falhar está tudo bem, aceite que sua humanidade é feita também pelas falhas;
- Esteja disposto a assumir mais cuidado consigo mesmo.
- Trabalhe no Reconhecimento e Manejo das suas emoções.
Dicas para Melhorar sua Habilidade de Autocompaixão
Como toda habilidade, aqui precisamos de Tempo e Prática. Então, comece pela tolerância!
Todavia, lembre-se de que você busca o desenvolvimento de uma habilidade nova. Portanto, isso quer dizer que exigirá seu esforço e que vai te tirar de sua zona comum, mas valerá a pena.
Trata-se Do Mesmo Modo Que Trataria Um Amigo
Quando um amigo querido está sofrendo, nos compadecemos tentando ajudar de alguma forma. Nossas palavras são doces e cuidadosas. Então, por que não agir assim com você?
Para isso, quando se sentir sofrendo ou experimentando uma emoção muito difícil, trate-se como você trataria essa pessoa tão especial na sua vida. Se ajudar, você pode imaginar alguém que te inspire e direcione-se a si mesma desta maneira.
Ao invés de Fugir ou Ignorar as Emoções, Mude a Perspectiva
Outro exercício eficaz se concentra em sentir o desconforto emocional ou estresse ao aceitar que:
- Esse é apenas um momento, não deve durar muito tempo;
- A sua dor, embora não seja agradável, faz parte dos desafios da vida. Afinal, todos temos nossas lutas;
- Aceito esse momento difícil e procurarei me tratar bem agora.
Você pode parar a qualquer hora do seu dia e relembrar essas palavras. As emoções não vão se curvar a você, elas existem, mesmo que te desagradem.
Então, fugir ou negar, não faz com que elas diminuam. Ao contrário, resistir às emoções pode gerar crises de ansiedade e estresse.
Quando você aceita suas emoções, se possibilita mudar a perspectiva, manter a calma, ser mais gentil e esperar esta onda emocional passar.
Substitua a voz Crítica por Gentileza
Este exercício tem foco a longo prazo. Logo, você terá que se comprometer a desafiar seu padrão atual por várias semanas, Aliás, mudanças interiores sempre requerem tempo.
Então, a primeira iniciativa é perceber quando está se autocriticando. Por exemplo, palavras que usa para se dirigir a si, gestos faciais, tom de voz etc.
A partir daí, mude essa conversa para um tom amável, cordial, gentil. (Isso pode acontecer inclusive nos pensamentos, onde essa conversa pode estar acontecendo). Todas as vezes que perceber a crítica, depreciação ou julgamento, procure alterar para a autocompaixão.
Desafie seu crítico Interno
Nem tudo que pensamos é verdade. Inclusive, muitas vezes ocorrem pensamentos absurdos. Desafie seus pensamentos críticos sobre si, questionando-os ao invés de se acreditar completamente neles.
Outros bons exercícios
- Abrace-se mais, toque-se com carinho e cuidado;
- Tenha um diário descrevendo situações difíceis do seu dia mediante a visão da Autocompaixão;
- Cultive o amor próprio;
- Faça atos de cuidados por si mesmo durante o seu dia.
Qual a Diferença Entre Autoestima e Autocompaixão?
Ambas são extremamente necessárias e complementares, gerando impacto na saúde emocional.
Por um lado, a autoestima está relacionada a percepção do seu valor pessoal. Envolve a confiança em suas habilidades e em si mesmo, como a pessoa se vê de forma global, incluindo todas as partes de sua vida.
Em contrapartida, a autocompaixão se refere à forma como essa mesma pessoa se trata nos momentos de dificuldade. É sobre os pensamentos e discursos internos que permeiam sua cabeça numa situação de sofrimento, revés, perda ou insucesso.
Benefícios Da Autocompaixão
Existem muitos benefícios comprovados cientificamente sobre a prática e cultivo da autocompaixão. Portanto, conheça abaixo e veja se eles fazem sentido para a sua vida:
Bem-estar Mental e Emocional
Aumento das emoções positivas. Estudos mostram que a pratica da autocompaixão está relacionada à diminuição dos riscos de desenvolver depressão e ansiedade.
Entenda a Diferença entre Depressão e Ansiedade
Fornece Estabilidade que a Autoestima não dá
Enquanto que a autoestima pode flutuar de acordo com os momentos diferentes da vida, a autocompaixão permanece estável. Isso porque a autoestima pode estar ligada a realização, pontos fortes e fatores externos. Podendo diminuir nos momentos de dificuldade e incertezas.
Já a autocompaixão está ligada à aceitação e compreensão das nossas sensibilidades como seres humanos. Desta forma, uma vez construída, sempre está presente!
Saiba como Reconhecer a Baixa Autoestima.
Gera Resiliência
Em momentos difíceis, a autocompaixão ajuda na superação. Isso porque, ela nos ajuda ano fortalecimento de recursos internos para lidar e atravessar as situações mais adversas. Além disso, ela contribui para se recuperar mais rapidamente.
Escolhas mais Saudáveis e Cuidadosas para Si Mesmo
A autocompaixão te ajuda a fazer escolhas que aliviam seu próprio sofrimento. E permitem mais cuidado consigo, tornando a vida mais leve.
Melhores Relacionamentos Interpessoais
A pessoa auto compassiva é capaz de ser mais gentil, generosa, íntima e menos controladora em suas relações. Por consequência, seus relacionamentos tendem a melhorar.
Em conclusão:
Depois de começar a experimentar os Benefícios da Autocompaixão, não tem como voltar atrás. A sua vida ficará tão diferente, tão mais leve, que você desejará ter começado antes.
Depois de ler tudo isso, você sente que na sua vida está faltando Autocompaixão? Que seria ótimo ser mais gentil, porém, não sabe por onde começar?
Nesse sentido, existem muitas leituras que você pode buscar para se iniciar no tema. Inclusive a autora Kristin Neff é uma grande estudiosa do tema e tem um livro bem bacana para começar.
Além disso, se você sentir necessidade, a terapia pode ser uma excelente aliada para te auxiliar na construção desta Habilidade e também, das melhores estratégias para se relacionar consigo de forma mais afetuosa e saudável.
Conheça a Psicóloga Fabíola Luciano
YouTube Psicóloga Fabíola Luciano
Psicóloga Fabíola Luciano – CRP 104468
Especialista pela Universidade de São Paulo – USP