O Que Leva Uma Pessoa a Ter Transtorno de Compulsão Alimentar?

Compulsão alimentar Foto: Freepik
Compulsão alimentar Foto: Freepik

São Paulo, 21 de abril de 2023, por Psicóloga Fabíola – Encontre aqui fatores que levam uma pessoa a ter transtorno de compulsão alimentar. Também as suas consequências, o que fazer e não fazer durante uma Compulsão Alimentar, Como funciona o Tratamento especializado e mais.

Por vezes, podemos não resistir a uma comida que tanto gostamos e usamos a famosa frase “esse fim de semana extrapolei”. Mas, isso pode acontecer normalmente e não há nenhum problema até aqui.

No entanto, quando a pessoa come exageradamente de forma cada vez mais frequente e descontrolada, ao ponto de se sentir mal pelo excesso, pode ser um alerta de que algo está fora do lugar. 

Assim sendo, a Compulsão Alimentar é um transtorno comum que acomete muitas pessoas, causando muito sofrimento.

Muitas vezes os pacientes têm memórias desde a infância de situações de descontrole, comer escondido ou sentimentos de vergonha envolvendo a alimentação.

Mas afinal, quais os fatores que levam uma pessoa a ter Compulsão Alimentar? Confira abaixo mais informações! 

O Que é Transtorno de Compulsão Alimentar? 

Ela se apresenta como um impulso, uma ânsia em comer que não pode ser freada.

Geralmente, envolve uma quantidade de alimentos maior do que a habitual num período curto de tempo. Assim, os episódios não precisam ser diários, mas quando acontecem eles geram sensação de descontrole (a pessoa tem muita dificuldade de parar de comer) e culpa ou arrependimento pelo comportamento.

Então, uma pessoa que vivencia compulsão alimentar experimenta estes sintomas: 

  1. Perde o controle sobre o que come;
  2. Muitas vezes só para de comer quando acaba o alimento;
  3. Sofrimento intenso após esses episódios compulsivos. Normalmente, depois de comer excessivamente, a pessoa se sente culpada, triste, decepcionada e com forte julgamento sobre si mesma. Entretanto, não consegue parar e, por isso, sofre mais ainda; 
  4. Esses episódios compulsivos ocorrem com alguma regularidade. Logo, uma ou duas vezes na semana durante pelo menos 3 meses;
  5. Procura alimentar-se sozinha ou evita a companhia de outras pessoas por causa do constrangimento da alta quantidade de comida que ingere;
  6. Durante os episódios pode comer mais rápido do que o normal sem perceber o que está sendo ingerido.

Leia mais: Diferenças entre Compulsão Alimentar e Comer Emocional 

O que gera a compulsão alimentar Foto: Freepik
O que gera a compulsão alimentar Foto: Freepik

O Que Gera o Transtorno de Compulsão Alimentar?

Como em todos os Transtornos Alimentares e Psicológicos não podemos apontar uma única causa para o desenvolvimento do Transtorno de Compulsão Alimentar, mas de uma interação entre fatores. 

Ademais, muitos estudos afirmam que o que pode levar uma pessoa a Compulsão Alimentar seja uma interação entre de muitos fatores.

Veja abaixo alguns desses possíveis fatores:

1 – Dificuldade no Manejo de Emoções 

Sentir muito intensamente sem conseguir regular a força da emoção (O que leva aos episódios compulsivos), ou ainda um excesso de controle emocional, onde a pessoa se conecta pouco com seu mundo emocional, embora ele siga acontecendo, e isso leva à Compulsão.

2 – Vulnerabilidade Biológica à Alimentação

Maior sensibilidade aos alimentos, fazendo com que comer não se faça necessário somente diante da fome física, mas pelo do prazer sentido durante o momento da alimentação (Incluindo maior vulnerabilidade à alguns alimentos específicos e ainda seu cheiro, sabor e o ambiente)

3 – Ambiente Crítico e Rígido

Ambientes que sejam de cobrança e crítica sobre aparência física, imagem ou peso podem desencadear uma preocupação excessiva em manter esses padrões de corpo e imagem. Assim, fazendo com que a pessoa tenda a controlar a alimentação como recurso para alcançar o corpo e imagem “adequados”. Este caminho pode ser crucial para o desenvolvimento da Compulsão Alimentar.

4 – Dietas Restritivas

A privação alimentar é um gatilho enorme para o Transtorno da Compulsão Alimentar. No entanto, muitas pessoas não aprenderam a se relacionar de uma forma equilibrada com a comida, estabelecendo padrões tudo ou nada (O famoso 8 ou 80). 

Ou comem tudo que podem, ou estão numa dieta restritiva.

Então, os estudos apontam que a prática de dietas pode agravar em muito os quadros compulsivos.

5 – Insatisfação Com a Imagem Corporal

Este é um fator comum em todos os Transtornos Alimentares. É baseado nesta insatisfação que a pessoa passa a ter preocupação excessiva com sua alimentação, vindo a desenvolver Transtornos Alimentares. 

6 – Histórico Familiar de Transtornos Alimentares

A genética tem um fator importante no surgimento dos quadros psicológicos.

Confira: Transtorno de Compulsão Alimentar 

Qual a Relação Das Emoções Com o Transtorno de Compulsão Alimentar?

A dificuldade de lidar com as emoções tem forte relação com a Compulsão Alimentar. Isso porque com as emoções desreguladas por alguma situação a pessoa pode sentir muito desconforto.

E, na tentativa de melhorar essa sensação passar a buscar satisfação no ato de comer. 

Logo, com o passar do tempo, a aprendizagem e a falta de habilidades para lidar com suas emoções se estabelece o padrão de recorrer a comida sempre que algo a faz se sentir mal. 

Então, a comida se transforma em uma maneira de “aliviar” a Tristeza, a frustração, estresse, tédio, raiva, medo. Algumas vezes inclusive, como forma de comemorar ou celebrar.

É comum a associação do comer somente à Ansiedade, e é claro que ela está presente. No entanto, durante o tratamento vamos percebendo diversas outras emoções (Antes invisíveis) que nos levam ao comportamento compulsivo ou ao comer emocional.

Saiba mais sobre a Fome Emocional 

Ter compulsão alimentar Foto: Freepik
Ter compulsão alimentar Foto: Freepik

O Que Fazer Quando Se Tem Transtorno de Compulsão Alimentar 

Algumas soluções práticas sobre o que fazer:

  • Planeje as suas refeições e coma melhor, não menos;
  • Elimine as dietas restritivas de sua rotina;
  • Identifique os pensamentos de Privação que moram na sua cabeça;
  • Reconheça suas Emoções – Comece a perceber mais sobre cada uma e qual impacto elas exercem sobre você;
  • Faça um Diário das Alimentações e Emoções (Não para julgar como ou quanto você comeu) para começar a estabelecer a relação entre o que você sente, como você lida com aquela emoção e o que você come;
  • Identifique os gatilhos para os episódios compulsivos. Muitas vezes é possível estabelecer um padrão, que ajuda no manejo e diminuição das compulsões;
  • Use a Atenção Plena toda vez que se alimentar – ela consiste em se manter focado, concentrado no momento em que está fazendo uma refeição, saboreando melhor os alimentos. Logo, isso trará mais consciência e conexão com a sensação de saciedade.

O Que Não Fazer Quando Se Tem Um Transtorno de Compulsão Alimentar?

Algumas soluções práticas sobre o que não fazer:

  • Seguir novas dietas por pensar que agora será diferente. Na verdade, estabelecer regras alimentares e irrealistas só aumentam a sensação fracasso;
  • Criar um plano alimentar rígido para a próxima refeição ou para o dia seguinte, como forma de compensar o episódio compulsivo.
  • Pular refeições – isso só aumentará a vontade de comer;
  • Julgar com fúria a si mesma pela ingestão durante um episódio;
  • Comparar o seu peso ou a sua imagem com amigos, artistas, ou o que vê nas redes sociais;
  • Seguir páginas de redes sociais que valorizem dietas restritivas ou corpos perfeitos.

Qual é a Consequência Para Uma Pessoa Que Tem Compulsão Alimentar? 

O Transtorno de Compulsão Alimentar traz consequências físicas, psicológicas e emocionais.  

Físicas 

  • Desconforto gastrointestinal devido ao alto volume de alimentos;
  • Aumento de peso;
  • Problemas estomacais ou intestinais;
  • Insônia ou dificuldade para dormir;
  • Piora nos exames em períodos acentuados de compulsão.

Psicológicas e Emocionais

  • Isolamento que passa a ser mais frequente evitando se relacionar com as pessoas;
  • Saúde mental e emocional prejudicadas – sentimentos recorrentes de vergonha, culpa, raiva de si mesmo por não conseguir controlar o que come. Ademais, ansiedade e sentimentos depressivos;
  • Sensação de Incapacidade ou Fracasso
  • Baixa Autoestima
  • Problemas com a Autoimagem.

Tratamento de Compulsão Alimentar Foto: Freepik

Tratamento para Transtorno de Compulsão Alimentar

Para o tratamento do Transtorno de Compulsão Alimentar existem protocolos e estratégias estruturadas. E reconhecidas cientificamente por sua eficácia.

O tratamento ajudará o paciente a compreender sua relação com Alimentação, Corpo, Emoções e Autoimagem. Assim, o paciente aprenderá muito sobre si mesmo, sobre os gatilhos que desencadeiam uma compulsão e sobre como equilibrar a relação com a comida.

Desta forma, com tratamento especializado a frequência e intensidade das compulsões tendem a diminuir. Os episódios irão espaçando gradualmente, na medida que o tratamento avança.

A Terapia Cognitiva Comportamental é avaliada com excelência para o Tratamento de Compulsão Alimentar. Além dela, temos também a Terapia Dialética Comportamental, que agrega muito ao tratamento, ajudando o paciente a construir maestria em Habilidades que Regulação Emocional. E de um melhor Gerenciamento da relação com a Alimentação.

Assim, caso você sofra com Transtorno de Compulsão Alimentar ou com o Comer Emocional, o tratamento especializado será um divisor de águas na sua vida.

Confira também: Tratamento da Compulsão Alimentar 

Conheça a Psicóloga Fabíola Luciano

YouTube Psicóloga Fabíola Luciano

Psicóloga Fabíola Luciano – CRP 104468

Especialista pela Universidade de São Paulo – USP 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Tratamentos

Últimos Artigos

Artigos Mais Lidos

Assine Nossa News

    Qual conteúdo quer receber por e-mail?

    Artigos Recentes

    Ter uma boa relação com a alimentação nem sempre é fácil. Muitas vezes, não conseguimos seguir uma dieta ou um

    Fim de Relacionamento é um momento de transição, e será que isso inclui mudanças no visual? A Psicóloga Fabíola fala

    Não importa se você é mãe pela primeira vez ou está aumentando o número de filhos na família, engravidar é