Suicídio – Neste Artigo você encontrará informações Sobre: Comportamento Suicida, Fatores de Risco, A Influência do Ambiente, Como Perceber Sinais, O que fazer para Ajudar, O que Não Fazer, O que Fazer Durante e Depois de uma Crise, Tratamentos e Prevenção.
O que é o Comportamento Suicida?
O Suicídio é o ato de acabar intencionalmente com a própria vida.
Assim, a pessoa que tem um comportamento suicida não vê outra alternativa para resolver seus conflitos, problemas, frustrações e outros pensamentos e sentimentos perturbadores a não ser por meio da morte.
Quando falamos em Suicídio, não podemos pensar somente no ato, mas também é imprescindível analisar comportamentos que o precedem, até para poder encontrar tempo de intervenção.
Existe um caminho antes da Tentativa efetiva de Suicídio, que se dá através de:
- Ideação Suicida – Pensar em se envolver em um comportamento para acabar com a própria vida.
- Plano Suicida – Encontrar uma maneira, criar um plano, um método específico pelo qual se pretende morrer.
- Tentativa de Suicídio – Comportamento potencialmente prejudicial que tenha intenção de levar à morte.
Quem pode Tentar suicídio?
O Suicídio pode ser muito silencioso, especialmente porque não abordamos o tema, buscando caminhos para prevenção.
Qualquer pessoa, de acordo com seu histórico de vida, transtornos psicológicos e vulnerabilidades emocionais, pode apresentar ideação suicida ou mesmo tentativa.
Apesar de ser difícil prever uma tentativa, pesquisas mostram que pessoas do sexo masculino são os que mais cometem suicídio. Porém, as mulheres são as que mais tentam suicidar-se e têm pensamentos suicidas.
Fatores de Risco para Suicídio
Em meio a muitos fatores que podem levar a um comportamento suicida, abaixo estão os mais fortes e consistentemente relatados nas pesquisas científicas:
Fatores Sociodemográficos:
- Sexo Masculino
- Adultos jovens – 19 e 49 anos
- Grupos étnicos minoritários
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Fatores Demográficos:
Mulher, solteira, ser mais jovem, menor nível educacional e estar desempregada. A mulher usa de mais tentativas letais, maior agressividade e maior intenção de morrer que o homem.
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Fatores Psiquiátricos
Fator de maior risco, de acordo com estudo de autópsia psicológica ao revelar que 90-95% das pessoas possuem um distúrbio psiquiátrico diagnosticável no momento do suicídio.
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Fatores Psicológicos
Sentimentos de desesperança, anedonia, impulsividade e alta reatividade emocional.
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Fatores Biológicos
Apresentam interrupções no funcionamento do neurotransmissor inibitório serotonina
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Eventos Estressantes da Vida
Precedidos por conflitos familiares, amorosos ou a presença de problemas cotidianos
Outros fatores também são considerados, tais como: Altas doses de medicamentos, doenças crônicas ou terminais, Sexualidade, Presença de Comportamento Suicida entre colegas, época do ano
Estatísticas atuais
Cerca de um milhão de pessoas morrem por Suicídio por ano. Ao representar uma taxa mundial de 11 por 100 mil habitantes (15 para homens e 08 para mulheres). Ao considerar o ano de 2000 a 2016, a taxa de suicídio, por idade, cresceu 30%.(estudo)
Há uma estimativa que calcula uma taxa ainda maior! A sugestão é que mais de 20 milhões de pessoas se envolvam em comportamento suicida. E, de acordo com a OMS, essa taxa de suicídio venha a ultrapassar a marca de 1 milhão nos próximos 15 anos.
Suicídio e os Transtornos Psicológicos
Pesquisas mostraram que pessoas com transtornos psicológicos tiveram um risco 8 vezes maior de suicídio do que aqueles sem transtorno. Por conta desse resultado, é importante que uma pessoa com Transtorno Psicológico não seja negligenciada, mas que seja tratada.
As descobertas apontam que esforços contínuos para melhorar o acesso e os cuidados com a saúde mental são de igual importância. E, assim, tende a minimizar e prevenir o suicídio por Transtornos Psicológicos.
A Influência do Ambiente
A influência do ambiente pode estimular a um comportamento suicida, de acordo com um estudo da universidade da Suécia, publicado na revista EbioMedicine.
De acordo com Dr. Jussi Jokinen, professor de psiquiatria da Universidade de Umea e um dos autores desse estudo: “Nosso ambiente afeta nossa expressão genética (chamada de mudança epigenética) e, por isso, deve existir uma maior importância para regular o sistema de estresse”.
Assim, tanto ele como os demais estudiosos acreditam que as alterações epigenéticas – alterações genéticas influenciadas pelo meio ambiente – no sistema de estresse em hormônios do corpo, influenciam na tentativa grave de Suicídio em adultos e doenças psíquicas em adolescentes.
Como Perceber Sinais que Alguém Pode estar Dando
Qualquer um dos sinais abaixo pode potencialmente servir de alerta para o suicídio:
- Tristeza excessiva ou mau humor
- Desesperança
- Problemas de sono
- Tranquilidade súbida após um período de depressão
- Evitar pessoas, querer se isolar
- Mudança de personalidade e aparência física
- Falas de Desesperança
- Abandono de Rotina
- Comportamento autoprejudicial
- Ameaça querer suicidar-se
- Trauma recente ou algum tipo de crise em sua vida
O que fazer para ajudar
Caso perceba alguém com comportamento suicida, faça o seguinte:
- Não tenha medo de perguntar se ele ou ela está deprimido ou pensando em suicidar-se
- Pergunte se está tomando alguma medicação ou procurou um profissional
- Acalme a pessoa ao afirmar que tudo isso é temporário e tratável
- Incentive a busca por ajuda profissional
- Procure fazer companhia a essa pessoa, não a deixe isolada
O que não fazer
Algumas atitudes para não fazer diante de um comportamento suicida:
- Nunca fale que a pessoa nessa situação é covarde, fraca
- Não fale demais se não for para ajudar. As vezes, silenciar-se é a melhor solução
- Não se importar ao ponto de deixar a pessoa isolada por muito tempo
- Deixar de se preocupar aos ver sinais de pensamentos suicidas
O que Fazer em Situação de Crise?
Uma crise suicida está associada a uma dor emocional insuportável que se intensifica com o passar do tempo. Além disso, é um estado temporário em resposta a um estresse avassalador onde a pessoa é acometida. Diante desse quadro, o que fazer? Algumas medidas abaixo:
- Peça para que procure ajuda de um profissional onde possa receber apoio e intervenção eficaz
- Aja com compaixão
- Não faça julgamentos, mostre-se interessado em ajudar
- Acalme a pessoa
- Inicie a conversa sobre esse assunto com a pessoa em crise
O que Fazer Depois da Crise?
Depois da crise, o que fazer? Abaixo algumas recomendações:
- Estar perto de outras pessoas ajuda a evitar que a crise retorne
- Passar tempo em atividades prazerosas contribui para a melhoria do estado
- Não ingerir álcool por um tempo e estar distante de qualquer tipo de droga
- Continuar sendo acompanhado por um profissional
Fatores de Proteção (O que pode Ajudar)
- Crenças religiosas, prática religiosa e espiritualidade
- Objeções morais e apoio social
- Conexão social e familiar
- Inibidores seletivos de recaptação de serotonina
- Cetamina
- Lítio para transtorno do humor
Tratamentos indicados
O profissional, seja psicólogo ou psiquiatra, avaliará com base nos sintomas, histórico familiar e pessoal. Assim, o tratamento indicado dependerá de alguns fatores e eles poderão recomendar os tratamentos indicados.
Geralmente, consiste em terapia de conversação e medicação. Para a terapia de conversação, a qual é conhecida como psicoterapia, tem como objetivo ensinar a lidar com a situação, com os eventos e emoções estressantes.
Caso a terapia não gere resultado, a medicação é indicada que pode ser:
- Antidepressivos
- Medicações antipsicóticas
- Medicamentos para antiansiedade
Também é orientado a adquirir uma mudança de estilo de vida como hábitos saudáveis abaixo:
- Evitar álcool e drogas
- Prática de exercícios
- Dormir bem
Prevenção
Uma das técnicas mais comuns ao suicídio é por meio de:
Os medicamentos podem ser prescritos como forma de prevenção. Também maior educação e conscientização entre os profissionais médicos, psicólogos, psiquiátricos podem reduzir a a taxa de suicídio.
Também vale a importância de conhecer os fatores de risco, estar atento aos sinais de alerta e outros transtornos mentais.
Fabíola Luciano – CRP 104468
Psicóloga Especialista pela Universidade de São Paulo – USP